Regulamentada pelo decreto nº 9295 de 1946, a profissão
de contador tem suas atribuições definidas pela resolução 560, de 1983,
do Conselho Federal de Contabilidade. Para a prática de sua atividade
profissional, o contador necessita ter formação cultural sólida e
diversificada, pois os pareceres, os relatórios e as demonstrações
contábeis realizadas sob sua responsabilidade, são elementos
indispensáveis à orientação e fundamentação de decisões tomadas pelos
dirigentes de empresas tanto públicas como privadas. A data de 22 de
setembro foi escolhida como a de comemoração do Dia do Contador por ser
ela a mesma dedicada ao padroeiro da profissão, São Mateus, um apóstolo
que antes de se dedicar à evangelização exercia a atividade de publicano
(cobrador de rendimentos públicos, uma categoria de gente rica que
arrematava em leilão o direito à cobrança dos impostos nas diversas
províncias romanas).
No Brasil, a seleção da data marca também a criação, em 1945,
do curso de ciências contábeis, através do decreto nº 7988. O ministrado
pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, um dos primeiros
cursos superiores em contabilidade instalados no Brasil, começou a
funcionar no mesmo ano de sua criação, na recém-constituída Faculdade de
Ciências Econômicas e Administrativas de Minas Gerais, hoje denominada
Faculdade de Ciências Econômicas. Em 1953, ele passou a se chamado de
Ciências Contábeis. O início desse sistema de ordenação e escrituração
das contas de uma empresa aconteceu empiricamente, ou seja, seu
conhecimento desenvolveu-se através da experiência adquirida com a
prática, e seu criador - e principal divulgador do método de partidas
dobradas - foi o monge franciscano Lucas Pacioli (1450-1510), matemático
italiano e professor dessa matéria nas principais cidades de seu país.
Até a primeira metade da década de 70 o praticante desse
ofício técnico também era conhecido no Brasil como guarda-livros, mas
como os profissionais de Contabilidade passaram a receber o nome de
contadores, esta expressão caiu completamente em desuso. Aqueles que se
formam ou concluem os cursos de nível superior de Ciências Contábeis
recebem o diploma de Bacharel em Ciências Contábeis. Particularmente,
também se pode atribuir o título de técnicos de contabilidade aos que
têm formação de nível secundário. O exercício da profissão pede
conhecimentos aprofundados de planejamento, coordenação, controle,
análise e interpretação das informações econômico-financeiras e
patrimoniais. O mercado de trabalho para os bacharéis em ciências
contábeis são basicamente, as empresas industriais, comerciais e
governamentais. O contador pode também lecionar para as classes de 1º,
2º e 3º Graus.
Um estudo sobre os profissionais dessa área esclarece que
ainda na década de 80 os contadores gerenciais ficavam longe do centro
de decisões e tinham pouco contato com os outros departamentos, não
participando do processo decisório e sendo informados posteriormente das
que haviam sido tomadas. Hoje, porém, o papel do contador gerencial
sofreu profunda transformação, pois um número crescente desses
profissionais se dedica quase integralmente à consultoria interna ou
analise de negócios, dentro de suas próprias empresas, terceirizando
seus trabalhos. O avanço da informática também tem liberado os
contadores gerencias dos trabalhos rotineiros de contabilidade, razão
pela qual eles podem disponibilizar mais tempo para os relatórios,
análise e interpretação das informações do mercado. A maioria deles
deixou o isolamento para atuar dentro dos departamentos operacionais,
interagindo com os demais segmentos comerciais, administrativos e
financeiros e participando das decisões finais que nortearão as
atividades da empresa.
Os contadores que ingressam no mercado têm conhecimento de que
a profissão exige pré-requisitos pessoais, tais como habilidade e boa
comunicação oral e escrita, habilidade de atuar em equipes de trabalho,
capacidade de análise detalhada, sólida experiência em contabilidade e
conhecimento aprofundado da atividade comercial, como um todo, pois além
de detectar os problemas possivelmente existentes na empresa, o
contador também precisa de habilidade bastante para apresentar as
possíveis opções de solução aos que foram identificados. Atualmente,
trabalhar como contador tornou-se bem mais interessante e gratificante
que no passado, pois o profissional do setor deixou de ser um
funcionário burocrata para tornar-se parceiro estratégico da empresa em
que atua.
fonte: FERNANDO KITZINGER DANNEMANN
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